Sobre finais felizes/About happy endings

11 jun

Outro dia me deparei com um post no Facebook de uma amiga perguntando o porquê da vida não ser como os filmes. Aí lembrei-me da professora Helena, de literatura do colégio, que dizia que os filmes nada mais eram que um grande parêntesis na nossa vida. A gente dá um pause na vida, para de pensar nos afazeres cotidianos, nas pessoas, no que foi dito ou feito e no que está por vir para sentar por cerca de duas horas e assistir uma história que não é a nossa.

Pode ter guerra intergalática, seres de outro planeta, animais falantes, personagens históricos, perseguições, mulheres modernas, príncipes encantados… Qualquer absurdo que tenha verossimilhança. E quanto mais diferente da realidade, melhor. E a gente se encanta e se emociona com as histórias. Até as luzes do cinema acenderem e nossos olhos voltarem a encarar a realidade. É a fome que bate, o ticket do estacionamento, a hora de ir pra casa.

E aí nas nossas histórias cotidianas ficamos pensando: porque não é como nos filmes, onde tudo é mais fácil e o final, invariavelmente, feliz? Quando esta pergunta se aplica a nossa vida amorosa, a coisa fica pior. Eu, minha amiga da frase no Facebook e mais algumas milhões (ou bilhões) de pessoas temos o vício de romance. E daqueles bem água com açúcar. E sonha em finais felizes, tipo esse aqui:

Nessa necessidade de ser amado, o mínimo sinal de “não amor” (ou o que for interpretado dessa forma) no outro indivíduo é capaz gerar crises. E depois, no dia seguinte, de resultar em pensamentos: “por que foi que fiquei tão triste com uma besteira dessa?”. E aí eu destaco uma grande vantagem da vida real em cima dos filmes: a nossa capacidade de se reinventar. Sempre podemos começar de novo, viver outras histórias, nos transformar… E ainda não inventaram um filme que fizesse isso.

English Version (very bad one):

One day, I saw a post on my friend’s Facebook asking why life is not like the movies. It reminded me my literature teacher in school who liked to say that movies was just a huge parenthesis in our lives. We pause our life, stop thinking about the day, the people, about what was said and done only for seating for 2 hours or so to watch a story that is not ours.

It could show intergalactic war, aliens, talkative animals, History characters, chasing, modern women and prince charming… Any absurd with some likelihood. The more different from reality, the better. And we fall in love with the stories. Until the lights turn on and our eyes face the reality. Hungry, parking lot ticket, time to go home.

And then in our life we keep thinking: why it is not like the movies, where everything is easy and the end is happy? It is worse when this question is about our love life. My Facebook friend, millions (or billions) of people and me are addicted to romance. And the sweet ones. and dream about happy endings, like that one (photo).

In this need to be loved, the smallest sign of “non-love” (or the interpretation of that) in the loved one is capable of creating a crisis. And then, in the following day, the result is the thought: “why was I so sad with such a silly thing?”. And that is a great advantage of the real life compared to the movies: the capacity of recreating ourselves. We could always start agains, live other stories, change ourselves… And they have not invented such movie.

2 Respostas to “Sobre finais felizes/About happy endings”

  1. Vítor Salema 8 de março de 2013 às 12:45 pm #

    :O, Gostei bastante de um trecho do seu texto! Vou colocar no meu blog, como citação e como link pro seu blog, ok ?!?! Adorei seu blog, mesmo que já tenha um tempo que você parou de postar!!

    • vidasemfronteiras 8 de março de 2013 às 11:09 pm #

      Oi Vitor, que bom que vc gostou! Adoro ser citada hahaha =P Eu parei de postar porque voltei pro Brasil e ninguém quer saber da minha vida chata aqui! Mas quem sabe não venha uma sequencia por aí?! Me manda o link do seu blog, que fiquei curiosa sobre o trecho que vc gostou! =)

Deixe um comentário